segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
CLICHÊ
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
"FORA HAOLE" FAZ SEGUIDORES (TSC TSC)
Furto no MASP
Ó céus! Como que um acervo de R$1,8 bilhão pode não ter nem um mísero alarme? Só no Brasil mesmo.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
MBB - MÚSICA BREGA BRASILEIRA
Só que a MPB é literata e, digamos, chata demais para ser popular. O popular, mesmo, no Brasil, sempre foi tido pelos expoentes da MPB como algo repetivivo, sem musicalidade, sem poesia. Ou seja, brega.
O brega foi discriminado pela grande mídia, tendo sido alijado das grandes redes de televisão e dos jornais e revistas de circulação nacional. Ficou relegado, assim, a pequenas gravadoras e rádios AM.
Só que, apesar do esquema amador de divulgação e distribuição, o brega atingiu grande popularidade. Por isso, creio que está na hora de a música brasileira realmente popular definir-se como um gênero musical. Sim, a MBB - Música Brega Brasileira.
Amado Batista, Belchior, Beto Barbosa, Odair José e Wando formam o panteão sagrado desse gênero musical. Suas marcas são justamente aquilo que sempre motivou as críticas vindas da MPB: a melodia repetitiva, os tecladinhos irritantes, a voz anasalada, as rimas fracas, a poesia sacana/erótica/chula.
Condensada em um gênero musical, a MBB tende a afirmar-se como a verdadeira identidade musical brasileira. E com o meu apoio. Antes brega do que emo. Quem for contra, que atire a primeira lágrima.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
ENGODO?
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
EDITAL DO METRÔ DA CAPITAL DEVE SER PUBLICADO
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
ORGULHO JAPA
Falta, porém, uma minoria a ser homenageada: os orientais, ou japas. O termo "japa" é utilizado (às vezes de forma pejorativa) para designar todo migrante vindo do Leste da Ásia. Isso se deve aos japoneses que aqui desembarcaram a partir de 1909, sendo que hoje seus descendentes são a maioria entre os orientais no Brasil. Esse fluxo migratório foi complementado recentemente por chineses e coreanos. De plantações de café a pastelarias e lojas populares, sua ânsia por trabalho em muito contribuiu para o crescimento da economia brasileira.
Muito embora sua relevância para o desenvolvimento econômico do país, a comunidade oriental tem pouca participação política e cultural. Afinal, quantos "japas" temos ou tivemos nos tribunais superiores? No Congresso Nacional? Na Academia Brasileira de Letras? Como Ministros de Estado? Como âncoras de telejornais? Sendo assim, será que eles também não seriam uma minoria discriminada, relegada a alguns cursos de engenharia?
Por isso, proponho às autoridades que empenhem esforços em aprovar, o mais rápido possível, o Dia do Orgulho Japa. É uma questão de justiça, para conceder a essa minoria o reconhecimento que merece. Seria, também, um outro motivo para organizar uma passeata e fechar a Avenida Beira Mar... em pleno domingo! E todos ficaríamos um pouco mais felizes.
Mas felizes, mesmo, seremos no dia em que todos nós comemorarmos o dia do orgulho azul, sem essa de pretos, brancos, amarelos, pardos... Aí sim veremos o quão idiotas fomos em dividir as pessoas por cores, como lápis ou folhas de cartolina.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
HOMONÍMIA
Ao menos foi isso que os jornais noticiaram naquele dia. Um acidente horrível, envolvendo dois automóveis. Tragédia mesmo, de tais proporções que não me atrevo a descrevê-la, para não chocar os leitores mais sensíveis. Curiosamente, um sujeito com um nome parecido – sequer igual – com o meu estava envolvido. Não morrera, mas, pelo que vi, encontrava-se ferido com certa gravidade.
A notícia do meu nome – ou melhor, de um nome apenas parecido com o meu – foi o suficiente para que as pessoas relacionassem o semi-homônimo a um dos mortos no acidente. Para piorar, havia a agravante de que essa pessoa estudava na mesma faculdade onde eu me formara havia pouco tempo. Por extensão, correu a notícia de EU fui um desses mortos. A confusão estava instalada.
É, amigos, mataram-me! Pouco após o meio-dia, quando o telejornal recém noticiara a tragédia, começaram os telefonemas. O primeiro deles foi de um amigo que, ainda sonolento, acompanhara a notícia, sem prestar muita atenção. Quando ouviu meu nome, resolveu contactar-me, para desencargo de consciência. Ao perceber que eu estava mais vivo do que ele, pôs-se a fazer seus afazeres rotineiros, no caso, um cochilo vespertino, pois ninguém é de ferro!
Em seguida, o telefone aqui de casa transformou-se em um misto de muro das lamentações com atendimento de operadora de telefonia fixa. Havia, basicamente, três tipos de contatos: o desconfiado, baseado na frase “notícia ruim corre rápido, então não pode ser verdade”; o desinformado, que só queria saber mais sobre o que ocorrera; e o precipitado, esse sim, conformara-se com a minha morte prematura, tendo ligado apenas para expressar suas condolências.
Fato semelhante a esse ocorrera havia alguns anos. Para variar, outro acidente horrível, mas, nesse caso, meu homônimo – aí sim, nome e idade iguais aos meus – não fôra a vítima, mas sim o malfeitor, o meliante, o delinqüente. Pelo que lembro, atropelara dois inocentes pedestres em uma rodovia movimentada. E, por essa razão, encontrava-se detido na delegacia.
Pensem comigo: já imaginaram se um fulano desses foge da cadeia? E já imaginaram se, nesse tempo, resolvo viajar e, na estrada, paro em uma barreira policial? Ah, meus amigos, até explicar que urubu não é louro, provavelmente terei ouvido um “cala a boca, vagabundo”, isso três segundos antes de ser conduzido coercitivamente para a traseira de um camburão.
Deve ser por isso que, em plena madrugada, meu tio telefonou esbaforido, a fim de saber se eu havia passado por aquelas bandas. Pobre coitado, que desgosto sofreria aquele militar aposentado, caso um sobrinho seu se envolvesse em tantos ilícitos do Código Penal, como aquele fulano.
Preocupado com o acontecido, realizei, nessa época, uma rápida pesquisa. Então percebi que meu nome era mais comum do que imaginara, pois em cinco minutos achei, Brasil afora, outras 14 pessoas com nomes idênticos. Nada mais normal: o que mais eu poderia imaginar, considerando os sobrenomes portugueses – e dos mais comuns – que herdei de meus pais?
De certa forma, até é bom saber que, ao menos nessas horas, tantas pessoas preocuparam-se comigo. Mas, pelo visto, serei obrigado a zelar para que as pessoas homonímicas que descobri comportem-se e não façam mais nada de errado nesta vida. Afinal, o nome que está em jogo também é o meu.
(Crônica publicada originalmente em livro resultante do III Concurso Literário da Semana do Servidor de SC. Até comecei a me levar a sério nesse negócio.)
sábado, 17 de novembro de 2007
AFASTAMENTO
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
PARADOXO
Será que a dieta dos cubanos consiste em ingerir açúcar e mascar tabaco?
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
OH, QUE SAUDADES DA MINHA DITADURA QUERIDA...
Os oficiais e praças da Polícia Militar do Rio de Janeiro, por exemplo, manifestaram apoio integral à ação judicial impetrada por oficiais do Bope contra a exibição do filme nos cinemas brasileiros. Ou seja, querem evitar que a população veja qualquer resquício de realidade que o filme por ventura possa trazer. Já dizia um ministro: "o que é ruim a gente esconde".
Aliás, a própria Corregedoria da PM do RJ não gostou muito desse filme. Tanto o diretor deste, José Padilha, e o ex-capitão da Polícia Militar, Rodrigo Pimentel - um dos autores do livro “Elite da Tropa”, que inspirou esse filme - foram intimados a prestar depoimento na Corregedoria da PM. Caso se recusem a comparecer na data determinada, eles podem ser conduzidos por força policial.
Para piorar, o filme ainda desagradou muitos setores da sociologia barata brasileira. Estes, se pudessem, também o proibiram. Afinal, onde já se viu discordar da ladainha de que o bandido é um fruto de um "sistema perverso" (o capitalismo), que se vê obrigado a seguir uma vida de crimes? E não repetir que a polícia é um mecanismo repressivo, destinado a garantir o controle social de um Estado ilegítimo, que só quer proteger a "elite" (não seria oligarquia?)? Claro que existe muita pesquisa social séria no Brasil. O problema é que a sociologia que domina o ensino médio, os cursos de graduação e a mídia é essa acima.
Mas não farei uma análise sociológica do filme, até porque já existem muitos enganadores fazendo isso neste momento. Sem falar que é muito sacal fazer análise sociológica de peças de entretenimento. É politicamente correto demais.
O problema é que, em nome do politicamente correto, querem proibir o filme. Deve ser porque a "intelectualidade" não gostou do que viu. E também porque alguns setores do Estado não gostam que a população saiba de seus defeitos. Enfim, o coitado do diretor tomou pau de todos os lados.
Sorte nossa que até agora não apareceu nenhum juiz maluco admitindo a retirada do filme das salas de cinema. A repercussão negativa ao "Caso Cicarelli" deve ter escondido a saudade dos tempos em que bastavam alguns minutos para censurar qualquer opinião.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
A FOTOSSÍNTESE
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
MEA CULPA
No entanto, é justamente o contrário. Na verdade, quis mostrar que muitos setores da imprensa (e que alguns chamam de "mídia golpista") faziam pressão para extirparmos do país um câncer institucional. Todavia, erraram ao diagnosticar a doença: o câncer estava em alguns senadores, e não em todo o Senado.
A intenção, naqueles textos, era a de alertá-los para os perigos que os momentos de grande comoção nacional representam. Naquela época, a opinião pública, facilmente manipulável, tendia a apoiar qualquer "salvador da pátria" que se dispusesse a tomar o poder absoluto para "acabar com a corrupção". Qualquer semelhante à direita com o golpe de 1964, e à esquerda com Hugo Chávez, não é mera coincidência.
Vejam, nos meios de comunicação, que Rafael Correa - presidente equatoriano - pretende fechar o Legislativo daquele país, argumentando que é uma instituição corrupta. O pior é que grande parte da população equatoriana apóia a medida.
Fechar instituições públicas não é solução para resolver problema algum, ainda mais o da corrupção. Afinal, o poder da instituição fechada terá de deslocar-se para alguém, no caso, para um déspota, esclarecido... ou não. E, quando todo o poder estiver nas mãos desse déspota, será fácil corrompê-lo. A História já comprovou isso muitas vezes.
Infelizmente, não consegui disponibilizar um texto do Elio Gaspari alertando para esses perigos. Seus argumentos para a manutenção do Senado eram muito mais bem redigidos que os meus. Mas fica o alerta: é mais difícil, porém mais seguro para a democracia, moralizar o Senado, do que fechá-lo. Afinal, depois deste, quem virá? A Câmara? O Supremo Tribunal Federal? O voto direto e secreto?
sábado, 22 de setembro de 2007
PEDALANDO E ANDANDO
terça-feira, 18 de setembro de 2007
FALTA CACCIOLA
domingo, 16 de setembro de 2007
SENADO PARA QUÊ?
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
SEM NADA FEDERAL
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA CULTURAL E RECREATIVA DE SANTA CATARINA
- Lei 14.078, de 6/8/2007: cria o Selo Empresa Cidadã de Santa Catarina, a ser concedido as empresas privadas que instituírem e comprovarem melhorias na qualidade de vida e de trabalho em seu balanço social.
- Lei 14.079, de 6/8/2007: denomina Padre Huberto Waterkemper o ginásio de esportes da Escola de Educação Básica Gama Rosa, no Município de São Pedro de Alcântara.
- Lei 14.073, de 31/7/2007: concede título de Cidadão Catarinense ao senhor Marco Antônio Tebaldi.
- Lei 14.074, de 31/7/2007: institui o Dia do Massoterapeuta no Estado de Santa Catarina.
- Lei 14.060, de 23/7/2007: reconhece o Município de União do Oeste como capital catarinense do boi no rolete
- Lei 14.044, de 9/7/2007: declara de utilidade pública a Associação Josefense de Amor Exigente, de São José.
domingo, 2 de setembro de 2007
SE A MODA PEGA...
A assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que a lista contém 27 frases proibidas. Entre elas estão "Não sei" e "Estou em horário de almoço".
O prefeito, Alexander Kuzmin, explicou sua decisão dizendo que os funcionários municipais deveriam ajudar a melhorar a vida dos cidadãos, resolvendo seus problemas e não inventando desculpas.
Ele também afirmou que estava cansado de ouvir os funcionários dizerem que era impossível resolver os problemas, em vez de oferecer soluções práticas.
Kuzmin alertou ainda, em um pronunciamento, que "o uso das expressões por funcionários públicos em conversas com o chefe da cidade vai fazer apressar suas demissões".
Veja aqui.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
GENTE ESQUISITA
7. Opção vegetariana no RU.
13. Posicionamento contrário à entrada da PM no Campus Universitário.
16. Arquivamento dos processos administrativos e criminais relacionados aos estudantes que participaram da greve de 2005.
As outras 14 reivindicações são mais do que justas. No entanto, a ocupação de um prédio público faz os argumentos perderem a força.
Duvida? Clique aqui.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
O BANCOS PODEM, A RECEITA NÃO?
Não devemos lutar contra o aperto da fiscalização tributária. Isso é bom, pois combate a sonegação. Aliás, devemos lutar para que haja uma fiscalização ainda mais rígida, que incida também sobre os grandes sonegadores. Pois, se estes pagarem seus tributos, teremos um argumento para pressionar o Estado a reduzir a carga tributária. Não se esqueçam que o alto índice de sonegação costuma ser utilizado como justificativa para abocanhar 40% do PIB. Sem falar que alguns desses grandes sonegadores têm grande poder político e, se sentissem o peso da tributação, pressionariam para reduzi-la.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
GOVERNO FEDERAL INCLUIRÁ DEVEDORES DE IMPOSTOS NA SERASA
Segundo a colunista, "a dívida tributária nem sempre decorre de má-fé do devedor". "Depois das trapalhadas que marcaram o início do Super Simples (?), a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional deveria ter mais cautela, antes de decidir criar um novo índex de devedores", diz o texto.
"Freqüentemente, pessoas físicas e microempresários são cobrados por impostos já pagos (...) Quem garante que esses erros não se repetirão, e que não ocasionarão a inclusão indevida no Serasa?"
O texto destaca ainda que os governos deveriam ser obrigados a expor --na internet, na mídia e através outras fontes de divulgação pública-- "a que cada centavo arrecadado é destinado" e exemplifica com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). "Pacientes sem atendimento nos hospitais públicos brasileiros devem se perguntar onde foram parar os recursos dessa contribuição que, de provisória, nada tem."
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
"EI, REITOR, VAI TOMAR NO CU"
Um cálculo matemático simples demonstraria que, se os professores cumprissem a carga horária que justificasse sua remuneração, não seriam tantas as disciplinas que ficariam sem cobertura. Todavia, parece que as universidades brasileiras preocupam-se demais com suas pós-graduações (onde se faz a pesquisa), esquecendo-se de formar os profissionais que ajudariam no desenvolvimento do país. Pior: as pesquisas resultantes são pouco produtivas, haja vista o baixo número de patentes geradas e o quase esquecimento dos brasileiros em citações internacionais.
domingo, 19 de agosto de 2007
MAS QUE DIABOS...
E quer dizer que, quando seus clientes foram detidos nos EUA, acusados de entrarem naquele país com dinheiro não declarado - escondido numa Bíblia - ele, na qualidade de advogado, foi à imprensa declarar que tudo não passava de um "equívoco" de seus clientes, que "esqueceram" de declarar dezenas de milhares de dólares?
E ainda querem que eu leve a sério esse "TFP Reloaded", com vício de origem?
Ah, cansei do "Cansei"!
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCRAVOS
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
NÃO DÁ PARA LEVAR A SÉRIO
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
A NATUREZA É JUSTA
Após essa formidável explicação, elaborei a teoria que encabeça este texto: nós, seres humanos, somos convencidos da nossa "vitória" contra a seleção natural, uma vez que até o pior dos retardados consegue transmitir seus genes a gerações futuras (vide George Bush e seu rebento); todavia, ainda estamos sob o jugo da Mãe Natureza. Esta, sábia (ou quase, pois produziu uma bizarrice como o ornitorrinco e nós, da espécie humana, que a destruímos), não permite o surgimento de seres humanos "perfeitos", por mais que nos dediquemos a técnicas de eugenia. "Nature finds its way", como Jeff Goldblum disse em Jurassic Park.
Por acaso alguém já teve a oportunidade de conquistar aquela menina tão desejada, sonho de consumo da turma inteira, e, na hora H, simplesmente não conseguir fazer nada decente porque ela é uma verdadeira analfabeta no assunto? Ou, ainda, quando esteve mais na seca que o Deserto do Atacama, e resolveu apelar pra aquela gordinha que nem abutre com fome encara, e percebeu que, de olhos fechados (pra não tomar susto), ela era muito melhor que a loira gostosa? Pois é, caro amigo, nesse dia, você conheceu a sabedoria da Natureza. Esta, afeita à variabilidade, não concede todos os dons a um mesmo indivíduo, pois, em caso contrário, criaria duas castas; uma, de seres "perfeitos", e, por conseguinte, chatos, e outra, composta pelo lixo genético restante. E por que essa situação deve ser evitada? Simples, oras! Se as circuntâncias mudarem, de forma a se tornarem desfavoráveis aos "perfeitos". Adeus, espécie infeliz.
Por mais malas que nós, seres humanos, sejamos, a Natureza ainda não nos descartou de seu plano. Dessa forma, ela ainda quer garantir a nossa variabilidade genética. E é justamente por isso que é extremamente raro encontrarmos uma loira escultural que seja uma máquina do amor, pois ela seria justamente o alvo preferido de todos os homens, deixando milhares de feinhas e seus respectivos genes a ver navios. Portanto, cada ser humano tem algumas qualidades que lhe são únicas e incomparáveis, e, para compensar, alguns defeitos que muitos não suportariam, mas que, todavia, alguns os aceitam tendo em vista as qualidades supratcitadas. Assim se procede o fabuloso jogo da sedução e, como conseqüência, reprodução.
Isso me deixa feliz por dois motivos. O primeiro, é que por mais que os geneticistas insistam em pesquisar técnicas fascistas de eugenia, para criar "super homens e mulheres", isso não ocorre, pois a natureza de alguma forma impede que todos os "bons" genes sejam destinados a apenas uma pessoa. O segundo é que eu, um ser relegado a segundo plano na distribuição eugênica, tenho condições de manter minhas esperanças em perpetuar minha características (para desespero da Humanidade). (originalmente publicado em 18/09/2003)
terça-feira, 7 de agosto de 2007
FAZER JUSTIÇA?
Não é de hoje que aparecem indícios de que nossos magistrados não são aquelas ilhas de honestidade em meio ao caos da Administração Pública. Sem muito esforço, lembremo-nos do juiz Nicolau dos Santos Neto. No entanto, a discussão sobre isso sempre foi abafada, talvez por medo de gerar descrédito em relação a uma das poucas instituições que ainda sobrevivem à crise de legitimidade.
Restaram os juízes, em tese garantidores do respeito à lei em um país tão acostumado ao Poder Moderador. Na verdade, ainda é possível crer que o envolvimento de magistrados em máfias criminosas sejam fatos isolados, pois indubitavelmente a esmagadora maioria desses profissionais exerce suas funções com probidade. Todavia, raciocínio semelhante não ocorre quando se trata da isenção em suas decisões.
A Justiça Federal, por exemplo. É rápida em proferir decisões. Também costuma inovar tecnologicamente, implantando, por exemplo, processos eletrônicos. Por outro lado, seus juízes estão ideologicamente alinhados com o governante de plantão. Não é raro verificarmos que, em muitos casos, as decisões prescidem da solução do problema, o que na maioria das vezes salva o governo de pagar indenizações notoriamente devidas. Já faz parte das políticas governamentais tungar a população, e contar com a boa vontade dos juízes em decidir contra quem foi procurar seus direitos.
Parte-se do pressuposto que, na dúvida, o Estado está certo. Isso até pode ser válido na Europa Ocidental, de onde vieram essas teorias. Mas não pode valer para qualquer país da América Latina, e menos ainda para o Brasil. Quando se enfrentou, em tempos recentes, um histórico de autoritarismo - caso do Brasil - é inadmissível uma Justiça que tenha por pressuposto o postulado de que, em princípio, o Estado tem razão. Afinal, por essas bandas, o Estado erra, e muito. Ou melhor, traveste de erro uma política que dolosamente prejudica o cidadão, em prol de um Estado que não oferece nenhum dos serviços para o qual surgiu.
Nesse ritmo, não vai demorar para termos o descrédito geral com mais uma instituição. Então abriremos cada vez mais espaço para emergir um "salvador da pátria", que ganhará poderes especiais, extinguirá "provisoriamente" os freios e contrapesos que "atrapalham" suas ações, enquadrará a opinião pública e perpetuar-se-á no poder. Pior, quando morrer, nos ressentiremos da sua perda, e emprestaremos seu nome a logradouros públicos Brasil afora.
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
LIVROS QUE EU GOSTARIA DE VER
- Licitações e contratos na administração pública, por César Maia e Carlos Arthur Nuzman
- A ética no Parlamento e o sigilo das votações, por Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda
- Direção defensiva, por Edmundo
- Como multiplicar honestamente seu patrimônio, por Jader Barbalho
- Pecuária intensiva, por Renan Calheiros
- Golfe ao alcance de todos, por Luiz Henrique da Silveira
- Pela isenção dos meios de comunicação, por Roberto Civita
- Polidez e tolerância no texto jornalístico, por Diogo Mainardi
- Contabilidade criativa e administração financeira, por Marcos Magalhães Pinto (do Banco Nacional)
- Administração de negócios bancários, por Ângelo Calmon de Sá, Edemar Cid Ferreira e Salvatore Cacciola
- 1001 receitas de churrasco, por Jorge Lorenzetti
- Eficiência na prestação de serviço público, por Milton Zuanazzi
- Manual prático de digitação, por Luís Inácio da Silva
- Formando equipes vencedoras, por Carlos Alberto Parreira (Ops! Este já foi lançado!)
sábado, 28 de julho de 2007
UM EXEMPLO DE COMO A JUSTIÇA DEVERIA SER
Processo Número: 0737/05
Quem Pede: José de Gregório Pinto
Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell Computadores e Celulares.
Vou direto ao assunto.
Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o processo!
Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu "extra petita", quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar.
No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.
Juiz de Direito
segunda-feira, 16 de julho de 2007
quinta-feira, 12 de julho de 2007
MAIS UMA PARA A SECÇÃO "PAGA PAU"
terça-feira, 10 de julho de 2007
Sim, eu descanso!
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Punks
quinta-feira, 28 de junho de 2007
A CHOLDRA PAGA A CONTA E GANHA MEIO VOTO
Sob a máscara de "reforma política", será posto em votação na Câmara dos Deputados o maior esbulho eleitoral já praticado desde o Pacote de Abril de 1977, que entregou um terço do Senado a uma raça de sem-votos, denominados biônicos. Agora, pretende-se entregar metade da Câmara e das Assembléias ao comissariado das tendências e direções partidárias.
Hoje, o contribuinte escolhe seus candidatos para representá-lo nas câmaras legislativas. O projeto petista, que tem o apoio dos Democratas e do PMDB, mutila esse direito e institui um novo tipo de voto. Chamam-no de "lista flexível".
No sistema vigente, a preferência do eleitor vai para um panelão onde estão todos os outros candidatos do mesmo partido. Aplicado um quociente que relaciona o total de votos dados à sigla, elegem-se os que tiveram melhor desempenho. Disso resulta que em muitos casos vota-se em Delfim Netto e elege-se Michel Temer. A esse sistema defeituoso, pretende-se aplicar um remédio que transfere aos comissários o direito de decidir a composição de metade das bancadas do legislativo.
O cidadão será obrigado a escolher primeiro o partido de sua preferência. Se for petista, digitará o número 13. Caso queira escolher um candidato (para compor metade da bancada), deverá proceder a uma segunda digitação, explicitando o número do seu preferido, por hipótese, 1313. Como todos os candidatos petistas têm os mesmos dígitos iniciais (13), o que se pretende é dificultar o voto nominal.
Como se a choldra tivesse o direito de escolher o partido mas, caso quisesse um nome, teria que coçar o nariz quatro vezes. A segunda metade das câmaras legislativas sairia de uma lista fechada. Os defensores do pacote sustentam que esse tipo de voto fortalece os partidos, dando-lhes mais músculos. Falso.
O artigo 6º da proposta fortalece apenas os atuais deputados, presenteando-os com o direito de encabeçar a lista. Num exemplo, da chapa petista de São Paulo, os deputados João Paulo Cunha, mensaleiro absolvido pelos pares; e Arlindo Chinaglia, presidente da sessão que pretende votar a "reforma", estariam automaticamente reeleitos, sem sair de casa. Na atribulada história do Parlamento brasileiro, jamais houve caso tão escancarado de prorrogação de mandatos.
Admita-se que o cidadão é um petista de carteirinha e tem fé nos comissários. Ele acha isso natural porque pretende fortalecer a estrela vermelha. Aí entra o aspecto cínico da "reforma". Ela cria "federações de partidos". Nesse caso, o petista vota no 13, mas poderá eleger um candidato do PC do B, caso ele se tenha coligado com o PT.
Mesmo assim, pode-se sustentar que a nação petista decidiu formar uma federação com o PC do B, e isso faz bem à democracia. Falso. O projeto admite que os partidos façam um varejo de coligações, em todos os níveis. Nada impede que o PT, ou o PMDB, faça uma sociedade com o PC do B em São Paulo, enquanto em Alagoas ele se alia ao PTB de Fernando Collor. Seria o caso de se propor uma emenda ao projeto. A patuléia passa a pagar só os salários do parlamentares em quem pode votar (a metade).
Os demais iriam buscar o seu com os comissários.
terça-feira, 19 de junho de 2007
"BUSH ASSASSINO! VIVA FIDEL!"
Por outro lado, Fidel Castro, "presidente" de Cuba desde 1959, em um regime político de partido único, merece ovações do autor da frase. Só não sei dizer se o "viva" refere-se a um brinde à atuação de Fidel, ou se o pichador ressente-se de o líder cubano estar à beira da morte, e deseja que ele continue a viver.
Não posso negar que, desde 1959, Cuba teve muitos avanços sociais. A universalização do ensino e o ótimo sistema de saúde que eles têm (ou tinham) são bons exemplos disso. Todavia, creio que a experiência cubana poderia ter dado um passo à frente em 1991, quando a União Soviética deu lugar à CEI, e foram cortados todos os subsídios dos camaradas à experiência tropical-socialista.
Mesmo assim, não entendo a demonização do mandatário estadunidense, em contraposição ao seu semelhante cubano. Ora, será que o fato de o Sr. George "Johnny Walker" Bush ter sido indiretamente responsável por centenas de milhares de mortes no Iraque isenta Fidel de culpa? Creio que não.
George W. Bush cometeu (muitos) erros em seu mandato, inclusive comandar uma mal-sucedida invasão ao Iraque, culminando em guerra civil que até agora ceifou a vida de algumas centenas de milhares de inocentes. Aliás, os presidentes dos EUA mereciam um Tribunal de Nuremberg próprio, pois há muitas décadas patrocinam regimes totalitários assassinos. Para ficar em somente dois exemplos destestáveis, podem ser citados os de Mobutu Sese Seko, no Zaire, e o de Suharto, na Indonésia.
Fidel Castro, por sua vez, foi o responsável direto pela emigração de centenas de milhares de cubanos para a Flórida, além de ter ordenado a execução de muitos opositores nas prisões cubanas. Sem falar que comanda com mão de ferro um país há quase 50 anos, e falido há pelo menos 15 deles. Seria isso admissível?
Assusta-me mais ainda saber que, muito provavelmente, a pichação foi obra de um estudante universitário, espécime comum por aqui, pois moro nas cercanias da UFSC. Afinal, já vi professores em alguns cursos da UFSC resumirem a Humanidade em um maniqueísmo fundado na demonização do Estado de Direito e na quase canonização daqueles que instauraram ou tentaram instaurar a Revolução Socialista (assim mesmo, em maiúsculas) em alguma nação agrária.
Sinto pena desses alunos. Em vez de uma formação profissional, muitas vezes passam por alguns anos em um processo de doutrinação barata, sem profundidade. Derretem-se de amores por alguém como o Hugo Chávez, por exemplo, e passam os anos a maldizerem o sistema de produção que os alimentou e lhes deu educação. E então, já na meia-idade, resignam-se a trabalhar de assistentes administrativos em algum banco.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
CLICK ARVORE
Trata-se do ClickArvore, projeto da ONG SOS Mata Atlântica. É uma iniciativa muito simples: primeiro, o sujeito cadastra-se no site. Feito isso, basta acessá-lo e clicar no ícone. Assim, o sujeito "planta" uma muda de árvore em algum projeto de reflorestamento da SOSMA. Os custos da muda e do plantio são pagos por um dos patrocinadores.
Cada usuário cadastrado tem o direito de plantar uma muda por dia. Porém, caso queira plantar mais mudas, ele pode adquiri-las, ao custo de R$1,20 por muda. A SOSMA encarrega-se de fazer o plantio delas. Todo plantio, pago ou gratuito, pode ser acompanhado pelo site, no qual é indicado o local onde este foi feito. Muitas vezes, também são mostradas fotos desse local.
Então pessoas, fica divulgada a iniciativa deles. Não vou ficar pedindo "por favor, cadastrem-se". Apenas digo que considero uma boa idéia. E quem quiser que a aproveite.
Vide:
quinta-feira, 31 de maio de 2007
IRON MAN
Desportistas, não! Loucos, isso sim. Afinal, uma pessoa normal não se disporia a nadar 4,8Km, pedalar outros 100Km e por fim dar uma "corridinha" de 42Km em troca de um patrocínio meia-boca e 12 segundos na mídia. Por isso sou obrigado a concluir que os competidores, na verdade, gostam do sofrimento a que se submetem. Fazer o quê? Cada um com as suas psicopatias.
Porém, não é sobre o Iron Man em si que eu gostaria de comentar. E sim sobre a tremenda putaria que o Poder Público fez com o trânsito da cidade para que essa competição ocorresse. Alguém tentou dirigir em Floripa no dia da prova? Se tentou, garanto-lhe que deve ter chegado em casa no mínimo com vontade de atropelar um ciclista.
A cada evento "internacional", Floripa tem suas principais vias urbanas fechadas. Pode ser etapa do Iron Man, da Fórmula Renault, Festival de Axé ou a corrida dos cheiradores de lolozinho anônimos. Qualquer coisa serve para tornar a cidade um verdadeiro caos, do ponto de vista da circulação de pessoas. Fecham-se a Avenida Beira-mar, a Via Expressa Sul e a SC-401 (as três principais artérias de tráfego), enquanto os cidadãos (expliquemos aos governantes: ELEITORES) espremem-se em vias tortuosas construídas em 1915.
Digam-se, senhores: para quem é feita a cidade? Para seus habitantes, que pagam impostos (e elegem os que estão no poder), ou para os promotores de tais eventos? Não quero colocar-me contra a realização destes, até porque a visibilidade que dão à cidade movimenta a (parca) atividade turística daqui.
Não que os carros devam ser privilegiados. Em Brasília, a principal via da cidade (o Eixão) é fechada ao tráfego todos os domingos, para ser utilizada como pista de caminhada e ciclovia. Em lugar dos carros, ganha-se um espaço público que proporciona lazer a milhares de pessoas, e não um espaço privado para alguns promotores de eventos ganharem dinheiro em cima.
Pensemos no interesse público. Será que não existem outras vias da cidade que podem ser fechadas para sediar tal evento? Sugestão: a estrada do Rio Vermelho. Com certeza seriam muito menos os prejudicados do que os que o foram domingo passado. E, se formos fechar uma via para o tráfego, não é melhor fazermos para que a população em geral a utilize?
terça-feira, 22 de maio de 2007
"PENSANDO A CIDADE- RELATÓRIO DA PALHAÇADA"
"Florianópolis - PENSANDO A CIDADE - Com o "palestrante" Luiz Henrique da Silveira
(Ontem, 15/05)
Horário de início oficial do evento: 18:30
18:45 - Chego na FIESC. Entro no hall e para minha surpresa tá rolando um coquetel... Será que eu errei o horário e a palestra já acabou?? Nãooo, enquanto eu tomava um café me explicam que o Governador tá voltando de uma "missão em Brasília" (esse é o código pro red ou pro black label?) e vai atrasar um pouco, por isso liberaram a ração pra porcada não
berrar.
19:00 - Contagem: tem uns 5 alunos da UFSC. A Beatriz, professora de arquitetura, também está presente.19:15 - Fui na recepção pegar meu "material". Só tinha propaganda, a única coisa útil eram 2 folhas em branco e uma caneta. Foi aí que reparei: o evento é patrocinado por Elevadores
ThyssenKrupp, Gerdau e Grupo Votoran... Cimento, aço e elevadores... OH, O QUE
SERÁ QUE ELES QUEREM FAZER COM FLORIPA??
19:16 - Um amigo meu tem a sensacional idéia de mudar o nome do evento para "Concretando a Cidade".
19:20 - Pessoal começa a entrar no auditório. Música de motel rolando.
20:15 - Com quase 2h de atraso (isso que é respeito pelo povo!) chega a noiva, seguida de uma tripa de puxa-saco. Sem brincadeira, eram uns 20 seguindo ele auditório abaixo, parecia que tavam segurando a grinalda da criança.
20:30 - A mulher do Bom Dia SC é a mestre de cerimônias. Discursinho de boas vindas, hino nacional, blablabla, e chega a hora de chamar os componentes da mesa (umas 15 pessoas). Sem brincadeira, aquilo era a listagem da Polícia Federal: Marcondes (Costão), Péricles de Freitas (Presidente Habitasul; 3 envolvidos), entre mais uma corja realmente DO MAL.
20:45 - O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis faz uma abertura da palestra, onde mete pau na operação Moeda Verde e trata a corja da mesa como heróis injustiçados. Passam então um vídeo produzido pelo Sindicato, que parece muito ter sido produzido com base na entrevista do LHS na TVBV. Um total absurdo, uma falta de bom senso.
20:50 - Aparecem palmas quando o cara se empolga metendo pau na Polícia Federal. Pela contagem das palmas, concluí que 2/3 da platéia era formada de puxa-sacos e empresários. O outro 1/3 da platéia que não bateu palmas era formado por estudantes, professores e outras pessoas com cérebro.
21:00 - A apresentadora bonitinha informa que devido ao fato do tempo ser curto e o governador ter outros compromissos depois da palestra (22h - Martini; 23h - Conhaque) a platéia não poderia FORMULAR PERGUNTAS(!). Ouve-se um murmúrio das pessoas com cérebro, e um com o cérebro um pouco maior berra: "Eu já sabia! Conta alguma novidade!!"
21:02 - Chega a hora da excelentíssima morsa falar. Não vou detalhar muito porque ele praticamente repetiu o que disse na entrevista (com algumas besteiras inéditas).
21:05 - Pauladas na PF. Citações de Marx, de filósofos gregos e o escambau pra defender os indiciados. Discurso emocionado e indignado. Dois terços de palmas. Mete pau nas favelas e diz que onde não se constrói empreendimentos tudo acaba virando favela e esgoto a céu aberto. Palmas.
21:20 - Começa com um histórico besta sobre economia. Enrolação pra dar uma de cult. Logo se cansa do papinho e volta a atacar. Dessa vez é o CONAMA quem vai pro saco. "Meia dúzia de técnicos que pensam que mandam no mundo", berra cuspindo. Um terço da platéia indignada, boquiaberta. Dois terços clap clap clap.
21:40 - Papinho dos hotéis. Fala do hotel "internacional" que acabou indo pra Tailândia porque aqui não rolou. Dá exemplos pitorescos das mil e uma edificações que ele viu em suas viagens, atingindo o clímax dando o exemplo de um hotel em que o hóspede desce de elevador (ThyssenKrupp?), pega uma ESTEIRA ROLANTE por cima da AREIA e é "depositado" confortavelmente na sua marina. Dois terços aplaudindo, um terço se beliscando pra confirmar que não era um pesadelo.
21:50 - LHS dá a informação de que ele está negociando a vinda de uma grande montadora de automóveis pra cá (olha a idéia), mas o motivo de estarmos perdendo a concorrência pra um Estado vizinho é de que aqui não há nenhuma escola americana pros filhos dos frufrus crescerem falando inglês, e que acima disso a principal exigência dos gringos é que eles PRECISAM de um campo de golfe, senão não rola!!! PUTA MERDA!! Momento de maior tumulto na platéia, risadas histéricas e uns berros indignados. Pensei na sugestão deles jogarem críquete na joaquina. Ou ainda peteca, frescobol. Só faltou o LHS se abaixar, levantar a toalha da mesa, baixar as calças do Mr. Costão do Santinho e lamber suas bolas. Mas isso não aconteceu, pelo menos durante a palestra.
22:00 - Mais algumas besteiras intercaladas com palmas e beliscões e ele parte pro final. Discurso inflamado e emocionado, papinho sobre crescimento e desenvolvimento blablabla e o 'muito obrigado' final. Palmas enfurecidas.
22:01 - Uma mulher levanta a voz pra falar com LHS e começa a dizer que quando a convidaram pra participar da palestra o tema não uma cerimônia de louvor à essa putada que tenta destruir nossa ilha, e muito menos um ritual de achincalhamento à Polícia Federal, ao Ministério Público, aos Vereadores de Floripa e ao CONAMA. A horda de puxa-sacos começa a vaiar e não deixa a mulher continuar a falar. Os com cérebro começam a aplaudir a mulher. Confusão do demonho, pessoal começa a se levantar pra sair e tudo acaba com um semi-bafafá. Luiz Henrique deixa o local um pouco transtornado. FIM!
É isso pessoal, parece que mês que vem tem mais. Gostaria que essa parcela de 1/3 aumentasse... é a cidade de vocês em jogo."
segunda-feira, 21 de maio de 2007
A CHINA COMO POTÊNCIA MUNDIAL?
Todavia, continuo fui reticente quanto ao desenvolvimento da economia chinesa. Em primeiro lugar, de que adianta ter um crescimento industrial fantástico, com produtos ruins como os deles? Apenas como exemplo: dia desses fui pego de surpresa por um aguaceiro, e tive de comprar de um ambulante (leia-se camelô) um guarda-chuva, de fabricação chinesa. Situação semelhante ocorre com canetas, brinquedos e qualquer outra porcaria que se compre no camelô da esquina. É comprar e quebrar. Agora me perguntem se eu pretendo comprar um carro chinês...
Provavelmente algum economista antigo vai lembrar que o Japão, nas décadas de 1950 e 1960, também manufaturava produtos de qualidade sofrível, mas hoje é a segunda economia do mundo e suas empresas são sinônimo de controle de qualidade. Tudo bem, mas a origem da indústria japonesa remonta ao século XIX. As décadas de 1950 e 1960 serviram apenas para recuperar de forma rápida - e de certa forma barata - uma economia arrasada pela guerra.
Já a economia "industrial" chinesa é recente. De tão ridícula, na década de 1960, o líder Mao (Tse Tung) tentou produzir aço a partir das panelas doadas pelos camponeses. Somente em 1978 é que eles começaram a produzir alguma coisa, e ainda assim eram cópias malfeitas de produtos japoneses, europeus e americanos. Tinham (e têm) apenas uma vantagem: o preço. E mesmo assim porque são produzidas com mão-de-obra próxima da escravidão e sem o pagamento de royalties.
Além disso, não dá para confiar numa candidata a potência em que 85% da população ainda vive na Idade Média. Por isso, se eu fosse um investidor, continuaria a depositar meus milhões em mercados mais confiáveis. Só que não o sou. Ainda bem! Já imaginou se eu erro?
segunda-feira, 14 de maio de 2007
DESVENTURAS DO SACERDÓCIO JOANINO
No catolicismo, o sacerdote chama-se padre. O catecismo dessa religião ensina que este é o porta-voz e os braços de Deus. Para tanto, deve possuir vocação para a vida religiosa, bem como celebrar alguns votos, entre os quais, pelo que lembro, figuram o da obediência a Deus e o do celibato.
Não vejo, nem nunca vi, essas virtudes em minha pessoa. Em primeiro lugar, eu não poderia celebrar um voto de obediência a uma entidade metafísica, quando não o conseguia fazer nem em relação aos meus pais, com toda a existência física dos seus chinelos. Quanto ao celibato, não devo ter discordado dele durante a infância. Contudo, quando a puberdade e seus hormônios afloraram em mim - juntamente com as espinhas a que tinham direito - provavelmente excluí esse vocábulo de minha língua corrente.
Muito embora minha alma estivesse léguas atrás da virtude religiosa, havia pessoas que pensavam o contrário. Lembro-me em minha infância de alguns familiares que, ao olharem para mim, insistiam em atribuir-me uma vocação que nunca tive. Diziam eles, cada vez que me viam: "Esse menino vai ser padre". Não adiantava retrucar. Eu era uma criança; logo, qualquer manifestação minha seria recebida não como uma opinião, mas sim como uma frase após a qual certamente seria ouvida a expressão "que engraçadinho".
Jamais entendi essa obsessão familiar em querer que eu seguisse tal vocação religiosa. Afinal, eu era o único neto homem de meu avô, por conseguinte o único capaz de levar a memória de minha família às gerações futuras, ao menos do ponto de vista do registro civil. Ora, como eu poderia fazê-lo sendo um religioso católico celibatário? Teria eu de deixar de ser celibatário, e portanto indigno de ser um religioso católico. Ou, então, dirigiria minha vocação para outra confissão que não impusesse o celibato aos seus ministros, fato que, para uma família tipicamente açoriana como a minha, seria mais indigno do que tornar-me um religioso católico não-celibatário.
Os anos se passaram, e com eles qualquer esperança de eu ser jogado à rotina diária de um seminário católico. Aliás, fui jogado para uma rotina bem distante disso, entregue às virtudes e vocações mundanas. Todavia, vinte anos mais tarde, outras pessoas devem ter visto em mim a mesma vocação religiosa que meus parentes um dia viram.
Alguns colegas de trabalho resolveram aproveitar o mês de julho para realizar uma festa junina, ou melhor, "julina", como diziam. Talvez não houvesse lhes vindo a idéia de que não seria necessário alterar o nome do evento, pois o adjetivo "junina" vem de "joanina", ou seja, referente a São João, o santo católico homenageado no dia 24 de junho. No entanto, quem poderia culpá-los? Eu mesmo não o saberia, caso não houvesse consultado uma enciclopédia enquanto escrevia essas linhas.
No intuito de identificar o evento com a sua proposta, sugeriram a montagem de uma curta apresentação teatral, em torno do tema "casamento na roça", integrante do folclore joanino. Entre as personagens, figurava o papel do padre. E adivinhem quem foi indicado para personificá-lo? Sim, aquele que, no entender de alguns colegas, tinha "cara de padre": eu mesmo.
Prontamente rebati a idéia de meus colegas, classificando-a como inapropriada, para não dizer ridícula. Mas aos poucos, diante da insistência de uma amiga, organizadora do evento, minha resistência à idéia foi cedendo. Afinal, quem poderia resistir àquele par de olhos azuis que pareciam suplicar "por favor, ajuda"? Enfim, tomado por um sentimento de companheirismo, fui convencido a aceitar o convite para interpretar o tal ministro religioso.
Chegou o dia dos festejos. Batina no corpo, bíblia na mão, cerveja no sangue e pernas trêmulas, dei início às minhas falas, todas de improviso. Para dar um charme à apresentação, até comecei a orar, em latim: "Pater noster, qui es in cælis, sanctificetur nomen tuum; adveniat regnum tuu" e assim sucessivamente. Obviamente, não devo ter recitado essas palavras como um pretor romano, se é que de fato as pronunciei. Entretanto, creio que a bebida - em mim e nos convivas - fez a prece soar algo bem próximo disso.
Passaram-se os minutos, as falas de improviso, algumas tiradas cômicas, e enfim encerrou-se a cena folclórica, sob aplauso dos colegas. E foi assim que, naquele dia, satisfiz essa vontade, já perdida no tempo, de meus familiares: tornei-me padre. De festejos joaninos, é verdade. Mas é melhor do que nada, não é mesmo? Um belo prêmio de consolação para aqueles que ainda vislumbram um traço de santidade numa alma tão impura.
(crônica publicada originalmente em livro resultante do II Concurso Literário da Semana do Servidor de SC)
sábado, 12 de maio de 2007
EXTERNANDO UM PRECONCEITO
Como diria o porteiro Severino, da (infame) Zorra Total: "Doutor, isso é uma bichona!"
Xiitas, expliquem-se, por favor!
quinta-feira, 10 de maio de 2007
STÁLIN OU CHURCHILL, DE GAULLE E EISENHOWER?
Chamou a minha atenção um detalhe no final do filme. Ao mostrar o que aconteceu com cada um dos líderes alemães, percebi que aqueles que foram aprisionados pelos soviéticos foram libertados logo após a morte de Stálin em 1953 (ou, no máximo, até 1955). Isso porque o líder soviético Nikita Krushchev resolveu anistiá-los e mandá-los de volta para a Alemanha (Oriental).
Por sua vez, os líderes que caíram diante dos americanos, ingleses e franceses foram encaminhados para um julgamento "justo" em Nuremberg, em razão do qual foram condenados a ficarem presos até a década de 1960 ou - nos casos mais gravosos, como o do chanceler Göhring - a serem executados.
Diante disso, fico na dúvida: quer dizer que os "sanguinários" soviéticos, "comedores de criancinhas", libertaram seus prisioneiros de guerra muito antes dos "humanistas" americanos, ingleses e franceses? O que fazer diante da notícia que, enquanto os prisioneiros dos Gulags morreram de velhinhos, no final da década de 1990, aqueles julgados em Nuremberg, quanto muito, chegaram ao final da década de 1960?
É, a imprensa ocidental no pós-guerra, muitas vezes, foi subserviente aos interesses de seus governantes. Claro, não pretendo dizer que Stálin foi um cara legal, bonzinho, defensor dos direitos humanos, etc. Deixo esse papel para o "idiota" descrito por Vargas Llosa (filho) e outros em seu famoso manual*. Trago este fato apenas para deixarmos de ver o mundo dessa época a partir de um ponto de vista maniqueísta, no qual os americanos, ingleses e franceses foram os "libertadores", enquanto os soviéticos não passavam de tiranos. Na minha opinião, nenhum deles foi pior nem melhor em relação aos demais; foram apenas... governantes.
Se bem que viver até 1990 na Alemanha Oriental não devia ser lá muito gratificante. Ao menos se considerarmos a propaganda hollywoodiana, que em seus filmes pintava os países da "Cortina de Ferro" como se fossem o Inferno na Terra. Por outro lado, o que vocês preferem? Morrer na década de 1960 em Bonn**, ou viver até a década de 1990 dirigindo um Trabant***? Particularmente, não acho o Trabant tão ruim assim.
* Para os menos letrados, trata-se do "Manual do Perfeito Idiota Latino-americano", de Plínio Apuleyo Mendoza, Álvaro Vargas Llosa e Carlos Alberto Montaner.
** Capital da Alemanha Ocidental
*** Automóvel fabricado na Alemanha Oriental, que se tornou símbolo do atraso tecnológico dos regimes socialistas europeus.
terça-feira, 8 de maio de 2007
A AVENIDA DAS ANTAS
A Avenida Madre Benvenuta, em Florianópolis, consiste em importante logradouro do bairro Santa Mônica, sendo a principal via de acesso ao bairro do Itacorubi e ao campus da UDESC. Outrora uma via vicinal, hoje suporta um tráfego insuportável, em razão do crescimento populacional nas adjacências. Sua concepção urbanística não previa tamanho fluxo de pessoas e veículos, sendo, por conseguinte, uma reta de quase 3 Km entrecortada por pseudo-cruzamentos mal sinalizados com várias vias transversais.
O problema se agrava ainda mais pela ignorância, quiçá arrogância, dos motoristas que nela trafegam diariamente. Não são raros os que cruzam a pista sem atentar para veículos em rota de colisão, utilizando porcamente os tais pseudo-cruzamentos. Também são comuns os que tentam fazer perigosas ultrapassagens (pela direita), ameaçando atropelar um pedestre desavisado (apesar das faixas de segurança; por sinal, um mero enfeite nas pistas de Floripa), ou colidir com um dos veículos mal estacionados na pista da direita (erro da prefeitura: insistir em permitir o estacionamento numa via de fluxo intenso).
Por tudo isso, eu apelidei carinhosamente (ou nem tanto) essa via de Avenida das Antas, em homenagem à alcunha preconceituosa do primeiro parágrafo. Sei que não é a denominação ideal, por ser um desrespeito ultrajante aos bichinhos. No entanto, é a forma mais direta de definir o comportamento de grande parte dos motoristas e pedestres que por ali passam, principalmente na hora do rush (às 18 h). É um egocentrismo sem tamanho: todos pretendendo ser os "donos da rua", desfilando pelo asfalto como se os outros fossem reles plebeus a lhes cederem passagem, ou , entao, circulando a menos da metade do tráfego (isso dá multa, sabiam?), e, pior ainda, ocupando exatamente a metade de cada uma das pistas, apenas para evitar que alguém chegue ao destino antes desses senhores (senhoras e senhoritas idem).
Será possível que essas pessoas não poderiam ter algumas aulas de educação no trânsito (para os arrogantes), ou de perspicácia e agilidade (para os ignorantes em geral)? Ou, mais ainda, terem as suas habilitações suspensas até aprenderem a dirigir (para os indivíduos que realizam a proeza de conjugarem o pior das duas inabilidades)?
Desculpem-me, antas (os animais), por desrespeitá-las.
PS: Nenhuma anta foi maltratada para a elaboração deste texto, embora algumas residentes nas adjacências o mereçam.
(texto publicado originalmente em 2003, no meu outro blog que foi pro saco; coloquei-o aqui porque está mais atual do que nunca, ainda mais depois da inaguração do Shopping Iguatemi)