sexta-feira, 19 de novembro de 2010

RAINHAS DE COPAS

O assunto do momento parece ser a repercussão que deram a uma fala do Luiz Carlos Prates por ter chamado o governo de plantão de "espúrio", em razão de dar aos pobres maior e mais fácil acesso a automóveis do que a livros. Aí, o resultado seria um trânsito caótico. Vocês podem ver o vídeo aqui e um bom comentário sobre o assunto aqui.

Sempre vejo pessoas afirmarem que o Prates é fascista e defensor do “american way of life”. Afora a confusão de fascismo com liberalismo (por sinal, conceitos da filosofia política incompatíveis entre si), se ele defendeu tal “american way of life”, porque ele criticou o excesso de carros, os maiores símbolos desse estilo de vida?

Creio que o comentário dele foi uma provocação, ainda que de muito mau gosto, à procura desenfreada por frivolidades em detrimento de coisas mais importantes para um futuro consolidado. Aquelas coisinhas básicas como um lugar próprio para morar, acesso à educação de qualidade, alta expectativa de vida, e inclusive poder de compra para adquirir o bem de consumo que quiser, sem precisar comprometer seus rendimentos com isso. Ou seja, algo bem próximo daquela "coisa ruim" chamada "american way of life".

Por mim, ele tem todo o direito de falar o que quiser. Nos dias em que vejo que sua argumentação no Jornal do Almoço está “fora da casinha”, basta-me trocar para o Hélio Costa, ou outro programa qualquer. Simples, não é? Mas o brasileiro, em geral, tem vocação autoritária: se não gosta do sujeito, à guilhotina com ele; se a economia vai mal, ou há "excesso de liberdade" é preciso implantar uma ditadura para "pôr o país nos trilhos". Parece até a Rainha de Copas em Alice, que vivia dizendo "cortem-lhe as cabeças!"

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