quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A NATUREZA É JUSTA

Dia desses uma amiga minha surpreendeu-me ao informar o nome de um dos seus "pontinhos" recentes que, por sinal, também era meu conhecido. Fiquei abismado pelo fato de uma guria "mui rica" (tá bom, nem tanto assim, senão tem gente que depois vai vir se achando) como ela ter se entregado a um, digamos, elemento análogo a um personagem dos desenhos da Warner Brothers. Ciente da minha perplexidade, a menina deixou a entender a seguinte justificativa: o "tal" beijava muito bem.

Após essa formidável explicação, elaborei a teoria que encabeça este texto: nós, seres humanos, somos convencidos da nossa "vitória" contra a seleção natural, uma vez que até o pior dos retardados consegue transmitir seus genes a gerações futuras (vide George Bush e seu rebento); todavia, ainda estamos sob o jugo da Mãe Natureza. Esta, sábia (ou quase, pois produziu uma bizarrice como o ornitorrinco e nós, da espécie humana, que a destruímos), não permite o surgimento de seres humanos "perfeitos", por mais que nos dediquemos a técnicas de eugenia. "Nature finds its way", como Jeff Goldblum disse em Jurassic Park.

Por acaso alguém já teve a oportunidade de conquistar aquela menina tão desejada, sonho de consumo da turma inteira, e, na hora H, simplesmente não conseguir fazer nada decente porque ela é uma verdadeira analfabeta no assunto? Ou, ainda, quando esteve mais na seca que o Deserto do Atacama, e resolveu apelar pra aquela gordinha que nem abutre com fome encara, e percebeu que, de olhos fechados (pra não tomar susto), ela era muito melhor que a loira gostosa? Pois é, caro amigo, nesse dia, você conheceu a sabedoria da Natureza. Esta, afeita à variabilidade, não concede todos os dons a um mesmo indivíduo, pois, em caso contrário, criaria duas castas; uma, de seres "perfeitos", e, por conseguinte, chatos, e outra, composta pelo lixo genético restante. E por que essa situação deve ser evitada? Simples, oras! Se as circuntâncias mudarem, de forma a se tornarem desfavoráveis aos "perfeitos". Adeus, espécie infeliz.

Por mais malas que nós, seres humanos, sejamos, a Natureza ainda não nos descartou de seu plano. Dessa forma, ela ainda quer garantir a nossa variabilidade genética. E é justamente por isso que é extremamente raro encontrarmos uma loira escultural que seja uma máquina do amor, pois ela seria justamente o alvo preferido de todos os homens, deixando milhares de feinhas e seus respectivos genes a ver navios. Portanto, cada ser humano tem algumas qualidades que lhe são únicas e incomparáveis, e, para compensar, alguns defeitos que muitos não suportariam, mas que, todavia, alguns os aceitam tendo em vista as qualidades supratcitadas. Assim se procede o fabuloso jogo da sedução e, como conseqüência, reprodução.

Isso me deixa feliz por dois motivos. O primeiro, é que por mais que os geneticistas insistam em pesquisar técnicas fascistas de eugenia, para criar "super homens e mulheres", isso não ocorre, pois a natureza de alguma forma impede que todos os "bons" genes sejam destinados a apenas uma pessoa. O segundo é que eu, um ser relegado a segundo plano na distribuição eugênica, tenho condições de manter minhas esperanças em perpetuar minha características (para desespero da Humanidade). (originalmente publicado em 18/09/2003)

5 comentários:

Marcos Cabral disse...

Já tinha lido esse texto e concordo com a reflexão feita... Temos sorte (ou azar) de ainda ter esperança de perpetuar os nossos genes.. Abraço!

Reverendo disse...

hahahah acho que sei quem era o ilustre membro da família warner.

Anônimo disse...

É... finalmente alguma coisa que eu mais ou menos concordo de forma um pouco indireta com vc...

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Gabriel Geller disse...

Mais uma vez, muito bom! Valeu a pena a leitura, certamente! E viva a diversidade! A explicação para não sermos todos perfeitos é sensacional (e se mudam as condições, adeus raça humana) Abraço Estatuto!

Bruno Volpato disse...

Muito bom! Antropotuto! Mas porra, deixa de ser modesto, tu és altos pitéuzinho! Abracetas.