A frase acima estava entre as palavras de ordem proferidas por alguns estudantes que conduziam uma manifestação contra o sucateamento da Universidade Federal de Santa Catarina. Tal manifestação tinha o propósito de exigir melhores condições de estudo na universidade, após anos de descaso do governo federal, responsável por ela.
Hoje, pela manhã, presenciei uma assembléia estudantil, com a presença do tal reitor mandado às favas alguns dias antes. Agora, os alunos mandavam-no às favas diretamente. Bem, ao menos tiveram a hombridade de, desta vez, falar na cara. Só não entendi porque não o deixavam argumentar em resposta às críticas que faziam.
A pauta de reivindicações dos alunos era simples: contratação de professores para suprir as disciplinas que não estavam sendo ministradas. Até aí tudo bem. Pena que o "comando de greve" estudantil distribuiu panfletos à platéia, no qual o grande destaque não era essa reivindicação, mas sim dois temas de relevante interesse para a comunidade universitária: a estatização da Companhia Vale do Rio Doce e uma moção de apoio à Venezuela.
Um cálculo matemático simples demonstraria que, se os professores cumprissem a carga horária que justificasse sua remuneração, não seriam tantas as disciplinas que ficariam sem cobertura. Todavia, parece que as universidades brasileiras preocupam-se demais com suas pós-graduações (onde se faz a pesquisa), esquecendo-se de formar os profissionais que ajudariam no desenvolvimento do país. Pior: as pesquisas resultantes são pouco produtivas, haja vista o baixo número de patentes geradas e o quase esquecimento dos brasileiros em citações internacionais.
No entanto, esses alunos parecem esquecer de analisar todos os lados de uma discussão. Deixam de aplicar, assim, um dos princípios do ensino superior: o raciocínio analítico. Dessa forma, acabam por tornar-se massa de manobra dos interesses corporativos de seus professores. Pior: as entidades representativas dos estudantes tornam-se braços de partidos políticos nanicos, no caso, da extrema esquerda, e pautam suas reivindicações pela crítica ao capitalismo e pela instauração de um regime socialista nos moldes cubanos.
Queria ver alguns desses manifestantes depois, almoçando no McDonald's.
3 comentários:
(deletado pra re-edição)
Porra, essa história de "melhor qualidade de ensino" eu escuto desde antes do meu segundo grau!
Os caras daí ganham meio porcento de aumento e resolvem retomar as atividades e foda-se o "ensino público, gratuito e de QUALIDADE" e as outras reivindicações... Fica como desculpa pra próxima greve né.
Se for pra fazer faxina mesmo, podiam começar botando na rua aqueles museus morféticos que não possuem nenhuma qualificação além de meia dúzia de papéis pendurados na parede e que mandam os mestrandos dar aula nos seus lugares, porque estão mais ocupados baixando porn... erm, desenvolvendo seus projetos inúteis.
Bah... tu foi na colação da Engenharia Mecânica e da Engenharia de Materiais agora em setembro/07 neh? Tu deves ter visto o discurso do orador da mecânica, chutando as canelas do chefão do centro deles. (depois o chefão tentou responder, mas sei lá, não me convenceu muito). De qualquer forma, só faltou o guri dizer que greve é coisa de professor e/ou servidor vagabundo, que não quer trabalhar. Não que eu concorde 100% com ele, mas que isso tá virando uma palhaçada tá...
Educação é essencial, como ele mesmo disse, não pode parar. Pô, os caras são professores, eles não conseguem pensar em algo melhor pra protestar? Queria ver alguns exemplares destes trabalhando em banco, de preferência privado, fazendo hora extra sem receber nada, ganhando muitos cabelos brancos, úlceras e afins, com um chefe em cima, cobrando as metas de hora em hora, cinco dias por semana...
Tem gente que não dá valor ao que tem... ou melhor: TEM GENTE QUE NÃO DÁ VALOR AO QUE PODE FAZER.
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