Recentemente, foi o Dia da Consciência Negra, e muitas cidades país afora decretaram feriado. Alguns meses antes, houve um tal de dia do orgulho gay (ou da diversidade), e em muitas cidades houve passeatas em que os representantes dessa minoria faziam questão de mostrar-se ao público. E, de orgulho em orgulho, muitas minorias têm conseguido aumentar sua participação na vida política nacional, a ponto de quase não existir mais a maioria.
Falta, porém, uma minoria a ser homenageada: os orientais, ou japas. O termo "japa" é utilizado (às vezes de forma pejorativa) para designar todo migrante vindo do Leste da Ásia. Isso se deve aos japoneses que aqui desembarcaram a partir de 1909, sendo que hoje seus descendentes são a maioria entre os orientais no Brasil. Esse fluxo migratório foi complementado recentemente por chineses e coreanos. De plantações de café a pastelarias e lojas populares, sua ânsia por trabalho em muito contribuiu para o crescimento da economia brasileira.
Muito embora sua relevância para o desenvolvimento econômico do país, a comunidade oriental tem pouca participação política e cultural. Afinal, quantos "japas" temos ou tivemos nos tribunais superiores? No Congresso Nacional? Na Academia Brasileira de Letras? Como Ministros de Estado? Como âncoras de telejornais? Sendo assim, será que eles também não seriam uma minoria discriminada, relegada a alguns cursos de engenharia?
Por isso, proponho às autoridades que empenhem esforços em aprovar, o mais rápido possível, o Dia do Orgulho Japa. É uma questão de justiça, para conceder a essa minoria o reconhecimento que merece. Seria, também, um outro motivo para organizar uma passeata e fechar a Avenida Beira Mar... em pleno domingo! E todos ficaríamos um pouco mais felizes.
Mas felizes, mesmo, seremos no dia em que todos nós comemorarmos o dia do orgulho azul, sem essa de pretos, brancos, amarelos, pardos... Aí sim veremos o quão idiotas fomos em dividir as pessoas por cores, como lápis ou folhas de cartolina.
Um comentário:
É que nem eu falo, pegue duas pessoas e faça vestir duas camisas, uma escrito "Black Power" e outra escrito "White Power". Na teoria não era pra ser a mesma coisa?
Engraçado que o dia da consciência negra é feriado, dia do orgulho biba é maior festa, mas o dia do índio ninguém tá nem aí, deixa de ser importante depois da quarta série. Índio não dá ibope e voto em quantidade suficiente mesmo...
Daqui a pouco vai ter o dia do judeu, só olha.
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