terça-feira, 23 de setembro de 2008

SALVARAM O BB E A CEF

Um complemento ao texto abaixo: Fannie Mae e Freddie Mac não são bem instituições privadas como conhecemos. Ambas são GSE (Government Support Enterprises). Apresentam gestão privada, porém com garantia (e intervenção) do governo federal dos Estados Unidos. Ou seja, assemelham-se às sociedades de economias mista existentes no Brasil.

Fannie Mae se chama Federal National Mortgage Association e Freddie Mac, Federal Home Mortgage Corporation. Numa tradução livre, são respecticamente a "Associação Federal de Hipotecas Nacionais" e a "Empresa Federal de Hipotecas de Habitação". A origem delas remonta à década de 1930 (em plena Grande Depressão), para salvar os contratos imobiliários de milhões de famílias.

Mais em http://hnn.us/articles/1849.html (texto em inglês, escrito em 2003).

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O ESTADO NORTE-AMERICANO

O governo federal nos EUA decidiu ontem intervir nas duas maiores financiadoras do mercado imobiliário local, a Fannie Mae e a Freddie Mac. O contribuinte pagará caro pelo rombo. A linha de crédito inicial disponível é de até US$ 200 bilhões.

Há uma análise fácil sobre essa derrocada. "Os EUA seguem o "faça o que eu digo, mas não o que eu faço". Quando a economia deles está em perigo, injetam dinheiro público no setor privado. Se algum país pobre faz igual, é execrado."

Essa é só parte da verdade, muito a ver com o cinismo capitalista acima do rio Grande. Mas é recomendável cautela com alguns pressupostos míticos a respeito dos EUA. Primeiro, que o país seja adepto do Estado mínimo e sem regras. Segundo, que o dinheiro será jogado pela janela e os responsáveis pelo rombo irão veranear nas Bahamas. São duas premissas falsas.

Sobre o tamanho do Estado, um indicador basta. Em 2005 havia 4,1 milhões de funcionários públicos federais nos EUA (incluindo o 1,5 milhão de militares). No Brasil, há cerca de 1 milhão de servidores (sendo 420 mil militares).

Os EUA também são um país cheio de regras. Das agências reguladoras atuando no plano federal até os temas mais prosaicos da vida cotidiana, muita coisa tem um dedo do Estado. Basta andar pelas calçadas padronizadas de Nova York e compará-las com as esburacadas de São Paulo -sobretudo as da av. Paulista, refeitas neste ano e em vários trechos construídas acima do nível de alguns prédios.

Os responsáveis pela incúria com a Fannie Mae e Freddie Mac já foram demitidos. Receberam uma indenização inicial. Se ficar provado crime, pagarão por ele.

Já no Brasil, banqueiros falidos do Proer vivem do bom e do melhor. Vão à Justiça e pedem indenização. Alguns conseguem. Nos EUA, a história é bem outra.

(coluna do Fernando Rodrigues publicada na Folha de São Paulo em 08/09/2008; gostei especialmente da parte sobre o tamanho do Estado nos EUA e a intervenção deste na sociedade de lá)

domingo, 7 de setembro de 2008

BIO O QUÊ?

Agora que estamos lambuzados até o pescoço de hidrocarbonetos pré-salinos, gostaria de saber quando vão retomar o tal discurso sobre biocombustíveis. Faz tempo que só ouço falar de etanol nas campanhas de Barack Obama e de John McCain.

Senhor Presidente, o discurso do etanol é só para uso externo?